domingo, 22 de julho de 2012

O Caminho para Destruição das Vestes



Certa vez conheci um guerreiro
Que não sabia proteger seu coração
Sua força mantinha vivo todo um exército
Mas não era capaz de pulsação

Naquele encontro eu disse:
Proteja um coração de carne 
com de uma túnica delicada
Pois sua fragilidade 
não permite titânio algum 
Entre tantos, tantos corações 
Que passam em nossa vida
É a própria, a vida, 
que vai ter ensinar a proteger-los.


E então ele disse:
Das carcaças que me sobram
Um novo coração de uma nova renovação
Da que guardo atrás do meu próprio sangue
Nada além de batimentos sem ritmo
E para cada batimento livre de compasso
O Caminho para a Destruição das Vestes
E vai eu, o guerreiro, trilando este
O Caminho para Destruição das Vestes
Cada vez que permito meu coração sair do ritmo
Minhas armaduras, que carinhosamente chamo de vestes,
Nunca em momento algum houveram de ser retiradas
E isso logo menos acontecerá, isso me destruirá
Se eu permanecer no Caminho para Destruição das Vestes

Logo após, continuei:
Sente o bater de seu coração, rapaz?
Sente o peso que carrega aí dentro, por tanto, tanto tempo?
São lágrimas de épocas passadas das quais não se tem qualquer notícia
Carrega consigo um peso tão desnecessário
Que, em atitudes tão individualistas, se tornaram
Um verdadeiro caminho para sua própria destruição
Comigo, retire desta armadura e faça que as lágrimas rolem
Faça que o companheirismo chegue perto de ti
Permita que seja afagado, perdoado. Permita que descanse por um instante!
Nem todos nós estaremos com a face em guerra
Nem em todos os momentos a face é de guerra
As vezes, nossos instantes, esquecidos instantes, precisam existir, acontecer, fluir
E é agora que leva você, bravo, tolo guerreiro, ao seu momento de lágrimas
Desvie, você não está mais em caminho algum
Está somente enfrentando as dores de lágrimas passadas
Flua. Que seu interior flua. E se purifique
Quando pronto, equipe-se e vá para a guerra
Tua vida, tua guerra
E você não está mais no Caminho para a Destruição das Vestes.

Sem armadura, e com lágrimas nos olhos, o guerreiro respondeu:
Que a luz da justiça ilumine seus caminhos, poeta
Que espada alguma precise te proteger
Que de sua boca sempre saia a palavra certa
E que possamos nos encontrar de novo.

"Meu grande guerreiro, eu queria acreditar numa luz justa. Mas me contento com a satisfação de um guerreiro forte como és."

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