sábado, 28 de julho de 2012

Porta do Amor Inocente


Em um lapso de inocência
Dentro de mais um plano perfeito
Onde um corredor de incontáveis portas se estende
Abrimos, juntos, a porta mais distante.

Nos entregamos a nós mesmos
A medida que a porta nos consome
E nos põe afrente de um futuro passado
Um passado não existente, um futuro totalmente miscível
Com meus desejos para o amanhã.

Da porta vejo a mim, uma versão tão nova de mim
Que mais feliz está, com uma companhia tão querida
Tão querida pelo eu de ontem, o de hoje e o de amanhã
Mais feliz está, a ponto de irradiar.

Quando transbordava a inocência
O Amor era macio, claro, quente e calmo.
Era de um branco que vestia a virgem de renda
E que ocupava espaço na cor do caos.

De mãos dadas, ao acariciar seus negros cabelos
Ao beijar as costas de suas duas mãos
Desejava o destruir de qualquer compasso contínuo
O acabar de qualquer tempo existente
Só estava eu ali, naquela confusão de tempo, verdadeiramente vivo
Mas nada daquilo não chegava a ser lembrança. Ilusão? Quiçá.

Brinco de sermos almas gêmeas
De fingir que não me importo tanto
De proteger teu sorriso
De dizer "nem tudo está perdido"
De desabrochar e te ver desabrochar.

Pois sei que é um futuro que desejo
Que é um amor a investir
Por todas as digitais que sobrepõem as minhas nas suas
Eu tenho planos para desfrutar de cada centímetro
Pois em todos esses encaixes sublimes
Eu compreendo este estranho controle sobre mim

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