Assim como a dama que esfuma as pálpebras
Assente para si enquanto se checa no espelho
Segue o ponto horizonte à procura do centro espelhado
Se equilibra no salto com a luxúria da Peônia roxa
Contorna as próprias curvas com mãos pintadas e delicadas
Inspira e expira, como se desejasse que a vestimenta lhe vestisse perfeitamente
Imagina o agora, o durante e o pós-encontro
Libera a cintura para contorná-la de braços
Fita seus olhos e se sensualiza para quatro paredes
Esta é a orquídea.
Cuidei desta como a cor já tivesse seu desaparecer
Contei estórias para ela das rosas amarelas, azuis, laranjas e champagnes
Desejamos, juntos, as rosas vermelhas do nosso sonho
Fizemos de ambientes, natureza
Tornamos do metal e da pedra, madeira e flor
Vivemos felizes para sempre
Mas então ela deixou suas sépalas a sentir falta de vida.
Morri por outro instante
Morri para conhecer pétalas largas e compridas
Para conhecer uma coroa afável e amorosa
A morte me trouxe constância e tal inocência
Majestade da pureza a me acompanhar.
Eu casei com um lírio,
e este ainda há de reconhecer
Persevero na esperança
Confio na emoção
Compreendo sensação
Eu estou apaixonado mais uma vez.
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