quinta-feira, 14 de junho de 2012
Lá o Deslocado Estava
Lá estava ele
Estava á caminho de volta para casa
Após o sismo de duas mil luas
Caminhava cansado e desorientado
E se permitia encorporar o devaneio.
As pestanas cheias
Carregavam o olhar gelado e pesado
Fitava uma mera desatenção
Com olhos que fumegavam estresse extremo
Terminando mais um dia ao brilhar das seis
Que levava junto ao sol a crua objetividade
Dentro do seu bolso folgado um molho de chaves
E o tempo ali se comprimiu em cheio
Com a chave nas mãos o peso era tenso
O mundo oscilava em suas costas
Como se tudo tivesse ido
Para voltar mais tenso ao anoitecer
Uma geração se portava para trás
E levava a sensação de estar ultrapassado
Uma outra geração se erguia afrente
E levava a sensação de atraso de tempo
Permanecer deslocado é mais do que hesitar
O estar deslocado privilegiou o apagado
É estar entre uma fronteira onde os limites se encontram
Mas não se facilitam, não se permitem alcançar
É notar que ao redor o novo e o velho
Trataria das dúvidas e das confusões
Mas por este exato momento
Está tratando de confortar a ti do incompreensível
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