domingo, 4 de dezembro de 2011

Is She?


Não sei como e nem o por quê, mas me deitei ao seu lado. Ao contrário do que aconteceu várias
outras vezes, desta feita não houve sangue, sodomia, gargalhadas descontroladas...não houve
nada do que há em mim. Não houve planos para matar, não houve arte alguma e não houve jogo
algum. Somente recordo-me de ter saído de meu poderoso corpo imortal que repousava através de seu sono obrigatório.
Meu espírito foi envolvido em trevas mas não tive medo. Eu vivo e respiro trevas a cada minuto desta minha... vida, se assim me permitem dizer. Foi como se tivesse atravessado todas as dimensões existentes neste multiverso que contém vampiros, humanos e espíritos sem corpo.

Quando novamente a luz tocou meus olhos mortos, eu a vi deitada em uma camisola de tecido
delicado. Com a mesma suavidade que deixei meu corpo, atravessei dimensões e adentrei aquele
lugar; com a mesma suavidade deixei meu corpo cair naquela cama.

Ela se virou e sorriu pra mim. Não disse nada... apenas sorriu. Eu também nada disse, apenas
sorri de volta e a enlacei com o meu braço esquerdo.

[Eu, Maxim...o Grande Maxim sorrindo? Sorrindo por estar...alegre?! Um sorriso que não foi
motivado por puro sadismo?! Um sorriso que nunca se formou em mim?!]

Eu a trouxe para perto de mim e beijei seu pescoço com a suavidade que me é característica, mas
não lhe perfurei a artéria com meus dentes pontiagudos e reluzentes, não. Eu somente me deixei
escorregar os lábios por entre seus seios e, nesse instante, ela segurou meu cabelo como se
quisesse que eu ficasse ali por mais alguns segundos.

Ergui meus olhos e vi sua boca se abrir em um sorriso e...quase que instantaneamente, eu sorri
também, sentindo o cheiro que emanava do seu corpo. Não era cheiro de sangue. Era um cheiro que eu nunca havia sentido antes e era tão inebriante quanto o próprio sangue.

Como pode ser que eu, uma criatura centenária da noite eterna, posso ainda não saber tudo? Todo gênio é exêntrico. Todo gênio passa por momentos de insanidade. Terá chegado a minha hora?

Um comentário:

  1. ...o Grande Maxim sorrindo?...inebriado?...como assim?...isto é possível?...gostaria de saber qual foi o ser capaz de transformá-lo desta maneira...bom,quem sabe,nosso amigo sedutor e impiedoso tenha, repentinamente,encontrado um momento de paz,na sua esplêndida imortalidade...

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