sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Renascer


Após Hale ter desaparecido juntamente com o tritão, Andros permaneceu às margens do lago. Seus olhos estão opacos, olhando para o nada e completamente letárgicos. Os cabelos caídos na face lhe dão um ar mórbido e sua pele está ainda mais pálida. O corpo jaz estático em meio às árvores e folhas caídas.

O vento sopra e traz consigo um perfume característico que Andros logo reconhece, mas não se move, crendo ser só um desejo que se materializa ou uma lembrança viva de alguém que não está mais presente.

- Andros, Andros, desperte!

Imóvel...

- Não me ouve? Olhe para mim!

Imóvel...

- Andros, saia de onde está e volte para mim... - soluços.

Os braços erguem o corpo estático de Andros. Aquele cheiro, aquele corpo...a voz... invadem o interior de Andros.

- É você... finalmente é você!

Os olhos de Andros ficam úmidos e o corpo recupera os movimentos, mas reluta em olhar para a face que está próxima de seu rosto. Tem medo de que seja só um fantasma que sua mente produz.

Os cabelos escorrendo pelos ombros, olhos belíssimos de cor de folha seca, boca fina que parecia carregar sempre um leve sorriso. Andros olha fixamente...

- Voltei, Andros.
- Por que voltou? Vai partir novamente? Senti a sua falta... eu...
- Mudei muito desde a última vez, quando lhe dei aquela rosa...
- Não importa! Perfeição é sempre perfeição! Ainda te amo. Enterrei isso quando você partiu, mas jamais matei o sentimento. Aquela rosa...bem... foi levada de mim...
- Ela era só um símbolo. O que me importa é que você esteja ao meu lado e que ainda sejamos o que sempre fomos.

Se abraçam. Os cabelos se misturam, bem como as bocas e os corpos quentes, que formam a mais bela das telas, pintada pelo mais genial dos artistas.

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