Uma de minhas crias
Foi, de longe, aquela
Que eu mais amei.
Moldei-a para que
Fosse a criatura mais
Doce, mais maleável
E mais amada.
Outra de minhas crias
Doce, mais maleável
E mais amada.
Outra de minhas crias
Foi a que me despertou.
Não precisei moldá-la,
Pois já moldada
Chegou em minhas mãos.
Tornou-se minha por
Não precisei moldá-la,
Pois já moldada
Chegou em minhas mãos.
Tornou-se minha por
Sua própria vontade
E por sua própria luxúria.
Ainda houve mais
Uma de minhas crias.
Esta, de longe, a mais
Bela dentre todas elas
Esta, de longe, a mais
Bela dentre todas elas
E aquela que foi fruto
Da minha admiração.
Moldada para ser doce,
Da minha admiração.
Moldada para ser doce,
Atenta, tímida e...minha.
Foi adorada com toda
A turbidez de minh'alma
A turbidez de minh'alma
E com a voracidade
Das minhas palavras.
Das minhas palavras.
Houve uma cria, a
Mais dócil dentre
Mais dócil dentre
Todas, cuja moldagem
Foi desnecessária.
Uma cria dócil e
De palavras também
Dóceis por natureza.
Esta, no entanto,
Mostrou-se igual
A mim mesmo e,
Tal qual eu teria feito,
A mim mesmo e,
Tal qual eu teria feito,
Desapareceu ao revelar-se.
Cria pequena....
Minhas crias, igualmente desejadas,
Sempre hão de abandonar-me, pois
Como o próprio Deus, sou o criador
Que fracassa ao tentar criar coisas
Pretensiosamente perfeitas...
Pretensiosamente perfeitas...
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