segunda-feira, 23 de abril de 2012
Paper Scape
Ele tenta desenhar o próprio céu
Ele quer as nuvens densas sobre sí
Ele procura o cinza e o cobre lá do alto
Ele quer o firmamento em posição
Ele espera pela doce precipitação
Ele deseja a densidade de cada pingo
Quer que todos se vão
Ao mesmo tempo que
Torce para um laço forte
Espera que as mesmas gotas que o tocam,
toquem outro alguém
Deseja que aquelas páginas
se emendem com o chuva densa
Hesita pela mais dura
clareza momentânea
Implora para que as folhas
não se equivoquem, mas que
reconheçam também
e com precisão
a precipitação de seus olhos
Deseja um minuto sobre teto seco
O borrar de sua grafia tensa
A ausência de linhas
Que o escuro de seus próprios olhos
fizesse parte de mais uma
de suas mil e uma páginas vazias
Ele se senta alí, e espera por satisfação.
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