domingo, 26 de fevereiro de 2012
Esmeralda
Eu caminhei até ela, que se encontrava sentada em um banco rústico feito de uma madeira que
não pude reconhecer. Um banco de madeira clara, como que trabalhada pelas mãos da natureza,
adornada com trepadeiras de folhas verdes bem claras e algumas flores miúdas que ali cresciam.
Ela, ali sentada despretensiosamente com as pernas jogadas de lado, fitando o horizonte
alaranjado do crepúsculo que dominava a cúpula celeste...ela parecia ler ou ver algo que mais
ninguém era capaz de ver.
Seu olhar se desviou do céu de tons liláses, fruto da noite iminente com os últimos raios de
Sol. Ela olhou diretamente para o meu rosto...foi uma sensação diferente de qualquer outra.
Devo deixar claro que o seu cabelo escuro emoldurava perfeitamente seu rosto infantil e que,
as folhas verdes das trepadeiras, eram exatamente do mesmo tom que seus olhos reluzentes.
Pude perceber que seu rosto infantil de expressão suave carregava um par de olhos penetrantes
e uma boca muito feminina. Incrivelmente, ela era uma criança com o espírito de um oráculo ou
de um sábio...como se seu espírito fosse tão antigo quanto aquela construção que ela
ocupava...um tipo de altar em forma de ziggurat.
Uma borboleta pousou em sua mão esquerda. Uma linda borboleta-imperial, com suas asas em um
tom de azul metálico. Um sorriso preencheu os lábios fartos e naquela mão pequena, a borboleta
se aninhou. Sua mão direita se estendeu na minha direção, com seus dedos pequenos e unhas
perfeitas.
Quando minha mão grosseira tocou aquela mão delicada, centenas de imagens foram transmitidas à
minha mente e ouvi palavras tão tocantes...não pude me conter e segurei firmemente sua mão,
entretando, com a maior delicadeza possível. Naquele silêncio, em meio aos pássaros que se
recolhiam e às plantas que farfalhavam com o vento...naquela hora, eu aprendi muito mais do
que poderia ter aprendido em milhares de livros.
Eu a olhei no rosto e vi seus olhos verde-esmeralda reluzirem com um brilho de
compreensão...talvez com um carinho desmedido. Ela sorriu novamente, recolheu-se ao seu banco
de madeira e voltou a contemplar o céu, agora, negro e salpicado de estrelas.
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Lindo texto,amei!Como sempre, emocionante,Matti = Pride ♥
ResponderExcluirQuerido matti!Tuas palavras ecoam sensibilidade e ternura.Não sei como agradecer tamanho carinho,com pessoas que moram tão distante de você,mas,agradeço de coração.Seja bem-vindo à nossa família,através de nossa pérola Daniele.Te esperamos ansiosos em nosso lar,para compartilharmos tua presença,meu filho!Abraços!
ResponderExcluirMatti ta apaixonado, Matti ta apaixonado, Matti ta apaixonado, Matti ta apaixonado, Matti ta apaixonado, Matti ta apaixonado, Matti ta apaixonado♫
ResponderExcluirTaparey AMEY!