quinta-feira, 7 de julho de 2011

The Storyteller Crow: O Protetor


Muito boa noite, meus amigos que se mantém despertos sob a luz da Lua que jaz lá no alto. Não vim para falar de Lenora e tampouco para atormentar-lhes a alma, a mente ou ainda para atacar alguma carcaça jogada ao chão... pelo menos, não agora. Vim contar-lhes uma história fantástica... alguns de vocês se descobrirão incrédulos. Alguns mais perceberão que eu conto a realidade...vocês têm os olhos ou a alma de um corvo e verão que é fato o que narrarei a seguir.

Isso remonta a tempos antigos, antes de fronteiras políticas, presidentes e desta modernidade caótica entre aparelhos eletrônicos e microcircuitos. Devo advertí-los de que, tal como os gatos, nós corvos temos e somos o elo entre o físico e o espiritual.

Há muito tempo atrás, em algum ponto deste vasto mundo, uma peste se disseminou por uma grande área e provocou tantas mortes quanto a maior das guerras. Dirão, vocês: "Oras, mas pestes são até comuns e há tratamento. Qual o drama em tudo isso?". E eu vos digo que essa peste não afetava o corpo, mas a alma. Já sofreram por um amor? Por perder alguém muito querido? Já sentiram que alguém suga a sua vitalidade como se fosse um parasita invisível e intangível? Ah, agora compreedem que tipo de peste é esta da qual eu falo, não? A depressão na modernidade é cruel, mas não tão cruel quanto uma doença na alma...a alma começa e esmaecer e perder o brilho... sou testemunha disso.

Todo o tipo de referência espiritual na região tentou seus rituais, rezas, danças e tudo mais o que havia de poderoso para expurgar esse mal, já que os alquimistas da época nem mesmo sabiam o que era esse mal que se abatera sobre a cidadela. Os grandes guerreiros, filhos de Turupid, vasculharam a região em busca de algo que pudesse provocar todo esse mal. O povo da região pensava em lobos... eles têm medo dos lobos, os filhos do diabo. Com suas sashkas eles adentraram florestas, rios, percorreram descampados em cavalos, mas nada foi encontrado.

Os guerreiros, diferente do que era de seu feitio, estavam por desistir as buscas. Lembro-me de ouví-los clamando e até praguejando contra Dola, que lhes estava sendo negligente, deixando sua terra sucumbir ante à praga. Eu podia ver que seus espíritos fraquejavam, desesperançosos e cansados de verem suas mulheres e filhos morrendo aos montes, tantos mais do que os mongóis conseguiram dizimar.

Voltaram à cidadela, vendo os corpos se amontoarem e sem nada que pudessem fazer. Um garotinho, muito tranquilo, proclamou:

- Bogatyr, não desistam! Tiernoglav está convosco e nós vamos ser salvos, pelos deuses, através de vossas sashkas, filhos de Turupid!

Quando sua boca se fechou, um cavalo passou galpando pela cidadela, em direção à um rio. Aqueles, meus caros, era um sinal de bom presságio. O garotinho estava iluminado e suas palavras se concretizaram. Seguindo o cavalo, os guerreiros chegaram ao rio e de lá emergiu uma enorme serpente, como uma hidra, com suas cabeças triangulares e ameaçadoras.
Pobres guerreiros! Quase todos morreram atacados por esse monstro e os dois que restaram, se prostraram ante àquela quimera, pondo-se a clamar que os céus os ajudassem. Que não permitissem a vitória daquela criatura.

Ah, como fora triste vê-los tão humilhados e derrotados! O líder, com a face entre as mãos calejadas e banhada em sangue dos companheiros, gritou:

- TURUPID, AJUDE-NOS! - imediatamente ouvi-se um urso. - Um urso! Os deuses estão conosco, amigo, apesar de tudo. O rosto do guerreiro se iluminou, enquanto falava com seu companheiro ferido. Mas quem saiu por entre as árvores foi garoto da cidadela.
- Fuja, garoto! Este não é o seu lugar!
- Clamaram aos céus, bogatyr e aqui estou eu...
- Você é só uma criança! Não pode lutar contra este monstro!

E quão grande foi a surpresa quando, das costas do garoto, emergiram asas translúcidas e de seu punho, uma sashka de luz. Com um único golpe, a quimera sucumbiu.

- Filho dos uldra... - dizia o guerreiro incrédulo.
- Volte à sua cidade, meu jovem! Agora seus irmãos poderão ser curados.
- Mas... como faremos? Nossos curandeiros não sabem como fazê-lo e eu sou só um guerreiro...
- Ouça atentamente o que digo: basta que imponha suas mãos sobre os corpos moribundos. Sua luz e sua fé hão de curar as almas moribundas...
- O demônio foi morto através de sua sashka de luz...
- Basta que imponha suas mãos sobre os corpos e as almas serão curadas. Tens as bênçãos dos céus, meu jovem. Será lembrado por muito tempo!

E o guerreiro assim fez. Voltou à cidadela e, somente com as mãos, curou a todas as almas moribundas. Nunca mais outro demônio ousou atacar o povo protegido pelo Urso.
Creio que não mencionei o nome do guerreiro iluminado que limpou a cidade da peste que a assolava, não? Pois bem, ele ficou eternizado somente como Guilherme...

Um comentário:

  1. ADOREI, MUITO BOMM,LEGAL ,BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM......... GUILHERME AKATSUKI

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