sexta-feira, 10 de junho de 2011

O Bruxulear da Mente


Merda! Como uma criatura pode me prender assim? O que aconteceu comigo? INFERNO! Ah mas você vai morrer! Sim... ao melhor estilo, em uma cena épica, tão boa quanto... não... MELHOR, melhor do que o teatro incontrolável criado por DEUS!

Oras, aqui estou eu, Maxim, um vampiro de poderes consideráveis apesar de jovem, com uma mente doentia de fato... mas para os padrões sociais, não para os meus. Talvez doentia, mas genial. Tão genial que me tornou egocêntrico... o que me agrada também. Fascina a mim mesmo. Creio que nasci hedonista, egocêntrico, sarcástico, irônico, cruel e amante da beleza - e o meu despertar para as trevas potencializou tudo isso - até que essa beleza me canse e eu...

Bem, eu poderia estar usando um computador para escrever isso, mas não há eletrecidade. Thor andou lutando com algum gigante e seus raios acabaram por iluminar a cúpula celeste enegrecida pela noite. E aqui estou eu, usando o bom e velho papel, marcando-o com uma esferográfica comum. Antinko acendeu algumas velas e, honestamente, nem sei por que diabos ele fez isso! Não precisamos disso. Nossa visão é melhor do que a de uma coruja. Eu poderia ter apagado estas velas, mas escrever sob a sua luz fraca e oscilante me soou poético e nostálgico, como se eu realmente tivesse vivido a época de Shakespeare ou Homero. Saudade de um tempo que eu não vivi. Não tenho o hábito de escrever sobre mim, mas ultimamente sinto vontade de fazê-lo. Minha memória começa a consumir a minha MENTE e a minha...sanidade(?), que já não parece normal aos olhos de outrem. Sei lá se algum infeliz vai ler estas palavras e eu realmente nem me importo! Só senti vontade de registrar (de maneira que me é incomum) algo que me acontece.

Antinko é um garoto que eu encontrei num parque, sentado em uma gangorra, escrevendo poemas sobre sua vida e seus anseios. Ele sonhava com um vampiro ou com algo que pudesse arrancá-lo de seu ambiente "familiar". Eis que surge uma criatura vinda diretamente do inferno, com a aparência de um jovem de 15 ou 16 anos. Ali Antinko (que, até então, se chamava Ângelo) encontrou um semelhante. Pobre Antinko (nome que eu lhe dei e que significa "Inestimável")! Foi salvo de sua família mas caiu em minhas mãos... acho que o tormento só mudou de lugar...
Neste dia este demônio que aqui escreve provou o gosto, ouviu, sentiu e viu o Éden. Conheceu o paraíso através do corpo daquele anjo que estava perdido. Nunca amei ninguém além de mim mesmo e todas as minhas relações foram por conveniência. Com ele foi diferente! Com ele este espírito maligno conheceu a redenção! Me apaixonei pelo seu corpo imaturo e depois pela sua natureza melancólica... talvez até apática. Eu me lembro dele chorando. Ah, que belo aquele rosto molhado pela chuva e pelas lágrimas... elas tinham um brilho e um aroma diferente... me perdi naquelas gotas que rolavam pelo seu rosto. A sua personalidade apática me permitiu conquistá-lo facilmente ( ou ele quem me conquistou?), bastando que eu fosse gentil. Com o tempo, eu realmente me tornei gentil com Antinko, passei a amá-lo por completo - amor? o que é isso? - e a adorá-lo como se ele fosse um deus.

Arranquei-o da vida mortal, transformando em vampiro. Eliminei toda a sua pureza juvenil e, somado ao seu sangue, sua melancolia fluiu através da minha garganta morta... sim... creio que amo a melancolia tanto quanto o sangue. Ah, os olhos tristes de Antinko...Ensinei tudo o que deveria ensinar e ele começou a gostar do que havia se tornado. Obviamente ele se tornou meu amante e meu companheiro. Ah, quantas vezes nos deitamos e nossas peles sobrenaturais em contato... a frieza delas gerava um calor que só poderia ser igualado pelo núcleo da Terra. Sim, ele adora quando eu o abraço, afago e quando beijo seu corpo, em especial, seus pés brancos. E ele retribui todas as vezes, permitindo que eu faça dele o que quiser. Permite que eu me coloque entre suas ancas arredondadas e belas... perfeitas e que ali eu me divirta. Divertindo-o, assim, à exaustão. Por várias vezes minha fronte encontrou seu dorso em um abraço aconchegante, com o meu hálito em sua nuca e assim a luz do Sol nos fez cair no sono inevitável. Creio que tenha sido mais do que fascínio o que nos uniu... que isto é um amor. Amor vampiresco e bizarro. Amor que só nós temos e que é inexplicável.

Eu me ponho a rir com tudo isto! Rir como me é próprio: com toda a insanidade e desprendimento, imaginando como pôde me acontecer e como quem lê este relato encara tudo isso. Sua moral cristã é ferida como a própria lança de Longinus fez ao seu Cristo, não é? Esta relação profana ao extremo lhe faz desejar que eu arda no inferno, certo? Se assim for, eu posso intensificá-la ainda mais - para fazer outro relato - só pelo prazer de imaginar as pessoas fazendo o sinal da cruz ao ler esta história Minha Nossa Senhora! Cruz Credo e que Deus o perdoe! Sei que há os que se masturbariam ao criarem estas cenas em suas mentes e ver, com o poder da imaginação, o que aconteceu entre Maxim e Antinko. Quem sabe um dia eu conte o lado "humano" de nossa relação com toda a riqueza de detalhes? Sou transgressor por natureza...

Ai, eu me perco em meus próprios pensamentos! Isto está caótico! Realmente não sou digno de grandes escritores...ah, quem se importa?

EU sou do tipo que fica fascinado com algo bonito e meus olhos percebem esta beleza de forma como os seus pífios olhos mortais jamais verão. Algumas vezes eu choro ao ver belos corpos desfilando sua beleza imperfeita pelas ruas. As vezes o corpo, as vezes o rosto, mas sempre um dos dois é levemente infante. Mas é fato: pele branca me deixa excitado e a pele morena...bem, nem todos os tons. Ora, não sejam sujos! sim, sejam imundos e se deliciem com algo que eu digo para que não se condenem ao dizer Excitação tem outros sentidos além destes que imaginam!

Maxim agora voltou os olhos para o jovem Gabriel. Nome de anjo... arcanjo... tanto faz! Nome de uma criatura celestial. Cabelos cacheados, mas não são longos ou cheios. São o que se chama de encaracolados. Olhos castanhos profundos e impenetráveis... com um brilho meio fosco, adornados por uma vastidão de cílios negros que formam o contorno destes olhos fascinantes. A boca fina e vermelha como o sangue. Ah, como amo a sua boca! O sorriso perfeito e inigualável. As sardas permeam seu nariz, suas rosadas maçãs do rosto e também seus ombros brancos. Já o vi sem a camisa. Nunca a paixão foi tão intensa... ele é magro, mas tem carnes. Como posso dizer? Hmm...ele tem o porte ideal, aquele que varia entre o gordo e o magro e que está exatamente entre os dois. Minha mais nova paixão. E eu o terei. Ele sabe que eu o desejo. Ele já me olhou diretamente nos olhos. Eu farei Gabriel cair!

Antinko? Ele mudou demais. Está parecido comigo e só pode haver um Maxim... somente eu e EXCLUSIVAMENTE EU! Antinko vai morrer pelas minhas próprias mãos. Não sei quando e nem como, mas ele vai morrer. Eu o amo, ele me é realmente inestimável. Porém eu amo mais a mim mesmo e à minha individualidade, a minha unicidade.

Esta narrativa não é linear. Não tem estrutura de narrativa, esta não é a minha intenção. Somente despejei aqui tudo o que quis e nem ao menos sei se farei isto novamente...

Maxim.

2 comentários:

  1. Oiee Matti... queria convidar vc e todos do Animagrafia pra visitarem meu novo blog: http://qsedany.blogspot.com/

    Brigadão

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  2. Boa Tarde ,tudo bem? Nossa é a primeira vez que vejo seu blog e gostei muito,já estou até te seguindo ,fiz um blog só que recentemente,com os textos que escrever,se puder dê uma olhadinha ,desde obrigado Fica com Deus ...
    Aqui está o Link a me diga se está bom ou ruim os textos:
    http://kellyannylee.blogspot.com/
    Bjinhos

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