sábado, 12 de março de 2011

Wishing


- Flutuando? É...é o que parece...

O corpo se eleva, leve, solto
E alcança o firmamento salpicado de estrelas.
Minha mão toca o brilho lunar.
As asas de plumagem macia são banhadas pelo vento.

- Lua, querida Lua do brilho frio e suave - lágrimas nos olhos.

O vento frio açoita meu rosto, mas eu não me importo.
O frio que me corta é o mesmo que me liberta,
O ar que congela meus pulmões, é o mesmo
Que o banha com a pureza do firmamento acima dos humanos.

Uma estrela brilha mais do que as outras.

- Por que esse rosto tão triste? Por que esta pele tão fria?
- Ah, minha estrela, é porque as vezes sinto o que não gostaria de sentir...
- Amor?
- Também já sentiu?
- Sim. Ainda amo, mas amo outras coisas. Não amo um humano em especial. Amo este céu e esta natureza.
- Hum...entendo o que diz. Mas por quê eu amo tanto aquela criatura? Seria tão mais fácil ignorá-la...

Desta vez, as lágrimas caíram dos meus olhos, se transformando em microgotas de gelo em meio ao ar gelado.

- Ora, meu amigo, isso faz parte. Nem tudo é bom. Nem tudo é belo. Nada é perfeito.
- Você é perfeito, Fragmento brilhante do céu! Como se fosse uma estrela cadente, você apareceu para me aconselhar e me acalmar. Para me distrair com seu brilho e a sua paz, me fazendo esquecer um pouco desse amor atípico.
- Não me entenda mal, mas não é este o meu propósito. Eu simplesmente o amo como amo várias outras coisas.
- Nunca tive essa pretensão de apareceste somente por mim e para mim. Porém, eu a amo um pouco mais do que amo várias outras coisas. Amo a sua mente, a sua paz e a sua sabedoria, minha estrela.
- O dia já vem, meu amigo. Volte para o chão e deixe que o Sol esquente o seu corpo e acalme sua mente. Logo estarei de volta...
- Ah, minha querida luz faiscante, o Sol não pode me esquentar e nem me acalmar. Somente o contato com aquela criatura me faria esse bem. Eu amo a noite porque ela tem belezas que o dia não tem. É durante a noite que apareces e que banha-me com seu brilho. É durante a noite, que eu esqueço desse amor talvez platônico, certamente estranho.
- Pois então, durante o seu repouso, faça isso que já sabe fazer: eleve sua alma e a leve a quem você ama. Talvez, quando a sua alma for vista pelo seu amor, você seja correspondido.

Sinto-me em vórtice. Abro os olhos e meu corpo, formigando, desperta.

- Sonho ou realmente toquei o céu?

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