segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Morte do Cisne


Andros e Hale se encontram à beira do lago, ainda torpes com o surgimento do cisne. A névoa que paira sobre o lago se dissipa, revelando a água cristalina e uma infinidade de criaturas perfeitas.

- De onde surgiu esse cisne?
- Isso importa, Andros?
- É que eu costumo vir aqui e nunca vi esse cisne...
- Você se importa com coisas muito irrelevantes.
- O que? Não lhe causa espanto que um cisne tenha surgido como por que milagre?
- Prefiro me preocupar com você! Está tudo perfeito assim e por mim pode aparecer um camelo de dentro dessa água que eu não me importo.
- Depois dessa, só tenho a dizer: beijo, beijo!
- Como negar isso a você?

Não se separam, ainda recostados. Após algumas luas:

- São admiráveis! Não consigo crer...

O garoto era muito bonito! Cabelos claros, olhos grandes, os traços bem delineados, boca bem vermelha e as feições misturavam o ar sério de um adulto à inocência de uma criança. Se aproximava velozmente em uma criatura aquática, indo em direção a Andros e Hale.

- Hmmm... me parecem boas pessoas...diferente dos outros que estiveram aqui.
- O que é você?
- Andros, você conhece as ondinas e já as ouviu cantar.
- Sim...
- Eu sou o que rege esse lago, o tritão que mantém a ordem por aqui
- É como uma sereia!? - diz Hale, sempre debochando.
- Hale! - Andros procura repreender sua companhia.
- É só um garoto!
- Mas merece respeito mesmo assim.
- Sua humanidade e sua pureza..são encantadoras, Andros!
- O que você quer? - diz Hale, ardendo em ciúmes.
- Há muito estão neste lugar, eu soube pelas ondinas.
- É...este lugar me encanta e ainda tenho a companhia de Hale...
- Você sabe cantar como toda sereia? - Hale provoca a incômoda presença.
- Pois bem, Hale, cantarei para que ouça a voz mais perfeita de todas!

O tritão põe-se a cantar, arrastando Hale para o fundo do lago, como punição por sua insolência.

- Pare!- Andros grita - Pare logo com isso!

Aquele garoto, aparentemente inocente, mostra toda a sua crueldade, ignorando os gritos desesperados de Andros. À medida que Hale afunda, Andros se afoga igualmente, sentindo cada célula do seu corpo sendo sufocada.

Os gritos param. Os olhos vermelhos e a face úmida. Somente o silêncio. O cisne se desfaz em água e Andros desfalece. Suas lágrimas, carregadas de raiva e tristeza, caem no lago, que morre instantaneamente. O lago, as ondinas, o tritão...todos sem vida...

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