sexta-feira, 2 de abril de 2010

Despertar


O canto cessa. Ambos despertam, abrindo os olhos e percebem que algo mudou.

- O que sente agora, Hale?
- Não sei ao certo...me sinto mais leve. Mas há algo além disso, que não sei explicar o que é. E você? O que sente, Andros?
- Sinto algo que já senti outras vezes...mas não sei o nome.
- Independente do nome, só sei que não quero sair daqui, Andros!
- Também não quero te soltar, Hale - Andros sorri docemente.
- Seu coração está batendo em um rítimo diferente...mais harmonioso, apesar de acelerado...
- Já me aconteceu isso, quando conheci a minha metade, que teve que ir embora - Andros diz, em meio às lágrimas. - Você fez esse sentimento se levantar da cova.
- Eu não tive a intenção. Eu...
- Não precisa falar nada. Você me ouviu dizer que desenterrar esse sentimento foi ruim?

Hale sente certo alívio, pois percebeu que fez algo bom acidentalmente e acaricia as bochechas rosadas de Andros.

- Ah, esses olhos azuis estão me chamando!
- Não só os olhos, como a minha boca também...

Hale não consegue esconder o espanto, pois Andros não havia dito nada tão diretamente.
A boca de Hale, com toda a delicadeza, encontra a boca de Andros. E a mão...bem...ela acaricia todo o corpo e não só as bochechas rosadas de Andros. E essa união perdura da aurora até a noite, com a Lua bem cheia, mas encoberta pelas nuvens densas.

Então, sementes caem na água, tingindo-a e fazendo emergir das profundezas, um belo cisne branco...

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