sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Lágrimas de Gaia
A chuva cai e a maioria das pessoas corre.
Mas eu prefiro caminhar sob as águas que
caem do céu.
As gotas lavam o corpo e a alma...purificam
São como lágrimas de compaixão de Gaia.
Caminhar sob a chuva me faz refletir,
relaxa meu corpo, esfria a mente...
abafa os sons do caos urbano e traz
à tona, o silêncio do espírito.
A chuva é uma das formas mais sutis
da perfeição da mãe-natureza.
A brisa úmida, que vem com a água, parece
aliviar o peso do ar tóxico das metrópoles,
tornando-o agradável.
Ao mesmo tempo, nos lembra o quanto estamos
ferindo o útero que nos abriga.
As águas do céu caem no rosto, acariciando
e suavizando o mais
duro dos corações, a face mais sofrida,
o corpo mais cansado e o mais cruel dos
homens.
A chuva é um presente que cai, como se
Gaia chorasse de tristeza pelas feridas que
lhe causamos, mas também, com alegria por
saber que nos preocupamos.
Assim como qualquer mãe, ela padece com o
sofrimento de seus filhos e, mesmo que estes
não mereçam, ela derrama suas lágrimas, em
uma tentativa de aliviar o fardo e as dores
de sua cria tão amada.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Como você consegue misturar realidade e fantasia de uma forma tão sublime?
ResponderExcluirMe ensina?
Divino! Fabuloso!
ResponderExcluirO Matheus consegue mesmo misturar ficção e fantasia dosando perfeitamente cada um desses elementos... Como sempre, suas poesias me encantam, e vão me fazer ser "cliente" deste blog.
Ainda não tinha lido esse...
ResponderExcluirPostado por Matheus!!! Ei, esse não foi tão complicado para mim quanto os outros!!! Gostei!!!
Adoro a chuva. Sempre penso que enquanto estiver chovendo, está tudo bem. É uma sensação sem explicação, mesmo.