segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Carmesim

Já, tantas vezes,
Disse que tenho
Queda por anjos
E a única luz
Dourada que meus
Olhos podem ver,
É o dourado de
Seus cabelos macios.

Uma vez mais, tomei
Um anjo para mim e
Nele bebi a vida e
O rubor de seu rosto rosa.

Em meio aos espinhos
Que a minha existência
Em mim cravou, vi o
Carmesim das rosas
Da existência do anjo.

O perfume, igualmente
Carmesim, que minha
Boca não-morta exala,
Fez com que o anjo
Caísse definitivamente.

Minhas garras se estenderam,
Meu olhar afogou-o em mim,
Meus dentes penetraram-lhe
E a pureza que nele havia,
Sucumbiu ante à carne fria.

A melodia inebriante,
Que de meus lábios
Displicentemente derramei,
Atou-o a mim e ainda que
Eu esvaneça ou desapareça,
Ele sempre almejará a mim.

Ainda que o Éden divino,
Ele sempre almejará o
Meu jardim Carmesim e
Espinhento, inebriante.

Ainda que possa dormir
O sono dos anjos nas nuvens,
Ele preferirá dormir o
Sono da Besta do Desejo,
Aninhado em meio às rosas e espinhos...

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