quarta-feira, 15 de abril de 2015

A Criatura

Abriu as portas e,
Das sombras, emergiu
Uma grotesca criatura

De rosto tosco e dentes
Afiados que escondiam
A língua bífida e a
Saliva ácida que
Escorria livremente da boca.

Assustou-se.
Gritou.
Fugiu.

A criatura seguia
De perto, tocando-lhe
As costas que envergavam-se,
Numa tentativa de não sentir
Aquela mão com dedo sempre
Em riste, acusador.

A fuga era inviável
Pois a saída estava ali,
Porém não podia vê-la.

A criatura tragou, lentamente,
Aquela outra criatura em fuga.
Em seguida, olhou-se e tentou
Fugir de si mesma.

Tarde demais...



* Imagem retirada de http://www.deviantart.com/art/Creature-369998078 *

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