Foi ali, diante daquele altar
Que eu vi a falange de anjos
Cercada por nuvens que cercavam
Os inúmeros mártires e santos.
A Magna Mater olhou-me com
Doçura e compaixão e, a mim,
Estendeu seu manto de luz.
O Pai e o Filho, sorriram.
Quando Gabriel tocou sua
Trombeta dourada e o som
Retumbante ecoou, o chão
Abriu-se sob meus pés.
Abaixo de mim, vi as
Trevas que tentavam
Avidamente engolir-me,
Com o Portador da Luz
Estendendo-me suas mãos,
Chamando-me hipnoticamente.
Caí sobre os meus joelhos
"Kyrie Eleison! Kyrie Eleison!"
As chagas do Cristo brotaram
Em minhas mãos trêmulas.
O açoite estalou em minhas costas,
Quando fios de sangue escorreram
Sob a coroa de espinhos em mim.
Naquele instante, Mikael sacou
Sua divina espada e trespassou
Meu peito arfante e dolorido.
Logo vi Uriel, diante de mim,
Com a sua espada flamejante.
O Criador sorriu e Gabriel
Novamente tocou sua trombeta.
As trevas regrediram, o céu
Novamente se fechou e de minha
Boca jorrou toda a podridão.
Uma voz severa e despreocupada,
Como que vinda dos confins do
Universo, soprou em meus ouvidos:
"Faça o que tu queres, pois és livre.
Assuma as consequências, pois és livre."
Meus olhos se abriram, pois não havia pecado.
Meu coração se acelerou, pois há escolha e consequência.
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