Já, tantas vezes,
Disse que tenho
Queda por anjos
E a única luz
Dourada que meus
Olhos podem ver,
É o dourado de
Seus cabelos macios.
Uma vez mais, tomei
Um anjo para mim e
Nele bebi a vida e
O rubor de seu rosto rosa.
Em meio aos espinhos
Que a minha existência
Em mim cravou, vi o
Carmesim das rosas
Da existência do anjo.
O perfume, igualmente
Carmesim, que minha
Boca não-morta exala,
Fez com que o anjo
Caísse definitivamente.
Minhas garras se estenderam,
Meu olhar afogou-o em mim,
Meus dentes penetraram-lhe
E a pureza que nele havia,
Sucumbiu ante à carne fria.
A melodia inebriante,
Que de meus lábios
Displicentemente derramei,
Atou-o a mim e ainda que
Eu esvaneça ou desapareça,
Ele sempre almejará a mim.
Ainda que o Éden divino,
Ele sempre almejará o
Meu jardim Carmesim e
Espinhento, inebriante.
Ainda que possa dormir
O sono dos anjos nas nuvens,
Ele preferirá dormir o
Sono da Besta do Desejo,
Aninhado em meio às rosas e espinhos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Mostre sua alma!