A Dama Alva de Vestido Negro
Avistou o holofote do palco
E se dirigiu a ele para uma canção.
Sentada sobre a típica mesa bege
Que sempre sentou ao se apresentar
Esperou que as cores viessem
E chegassem aos seus olhos.
Cores que, de olhos fechados, traduziu
Com voz, com música das próprias cordas
Que se alojam no seu corpo.
Os cores se espalhavam com a voz leve
A voz pesada, clara e escura
Que ia se oscilando
Até encontrar o equilíbrio do som
De um drama. O piano.
Que nasceu do drama para o drama.
Para pintar tons claros e escuros nas cores do caos
Ou então fazer emoção as pálpebras alheias
Fechar alguns olhos limpando mentes com som
Fazer balançar... devagar... como folha seca ao vento
Tirar o pianista do seu lugar de conforto
Para colocá-lo numa posição de peso e de intensidade.
E assim nasceu A Dama Alva de Vestigo Negro.
O piano nasceu do drama para o drama
E eu nasci para dramatizar suas teclas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Mostre sua alma!