sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Falácia


Algumas coisas nos acontecem sem motivo aparente. Daí vem um tipo de revolta, depois vem a tristeza e mais revolta logo em seguida.

O sangue parece subir e inundar os olhos e ele se derrama cristalino pelo rosto, descendo as curvas das maçãs do rosto. Pois bem, meus caros, isto é sentimento condensado. Sim, condensado! A alma aquece os sentimentos que começam a evaporar e ocupar todo o espaço interno. Eles entram em contato com essa casca - fria, por sinal - que chamamos de corpo e tudo se condensa, formando gotículas que extravasam pelos olhos.

Isso nada mais é do que reflexo da nossa humanidade, de nossos medos e fraquezas. Da vulnerabilidade que nos é peculiar e que às vezes nos faz parar, fraquejar ou nos desesperar.Nem sempre é fácil manter o pensamento de que tudo o que nos acontece, vai nos edificar, fortificar e amadurecer de alguma maneira. Somos humanos. Somos frágeis e medrosos. A nossa intelectualidade também trouxe esse medo exacerbado do desconhecido.

Acho particularmente importante parar e respirar fundo. Essa respiração costuma trazer um tipo de luz e fazer brotar algo que nos impele a enfrentar tudo o que a vida nos traz como desafio.

A evolução é isso: vencer as mudanças - bruscas ou gradativas - que o universo sofre e que reflete em todos nós. Alguns rezam, outros oram e eu prefiro meditar. Buscar em mim mesmo a força primordial que eu sei possuir e que está latente em algum recôndito dessa imensidão, esse microcosmo - sob o meu ponto de vista - que sou eu.

A cada vez que eu paro para respirar, tão somente respirar sem pensar em nada, sinto que esse microcosmo sofre um novo "big bang". A cada vez que paro para respirar, sinto esse microcosmo se expandir com um nível a mais de melhora, como que buscando eternamente a perfeição...buscando um "deus".

A cabeça sempre sabe o que está acontecendo. O coração quase nunca sabe lidar com o que a cabeça já sabe. O conflito entre os dois se reflete no corpo. Somente a alma pode sobrepujar todos eles e é nela que se deve buscar a força. É nela que se busca Deus e se atinge a transcendência e o Nirvana.

A iluminação não é eterna. Ela é transitória. Sim, transitória pois esta luz vai gerar uma nova sombra, que vai ser apagada por uma nova luz e assim sucessivamente.
A cada iluminação há a morte do humano, que renasce melhor em seu próprio corpo sem consumir sua existência. Mas esta iluminação só vem quando o humano sente vontade de crescer. De sofrer uma morte para renascer, em si mesmo, mais forte.

As trevas só existem pois há um resquício, que seja, de luz. A luz, muito intensa, vai gerar sombra. É o equilíbrio, a troca equivalente, a justiça. É a força motriz de toda a existência humana.

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