quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Coroação dos Anjos
- Estou de volta, Andros e não mais me afastarei!
- Fico feliz como jamais antes, por você voltar para mim. Mas me parece que seu rosto está cansado...talvez vazio.
- Quanta tolice, Andros! Meu rosto está cansado, mas não está vazio, porque estou diante de você e isso me preenche cada
espaço do corpo. Você é o que preciso para me recuperar.
- Acho que não há como expressar minha alegria.
- Claro que há um modo! Aquele velho modo tão nosso...
Os corpos se entrelaçam, bem como as faces tão próximas e os lábios vermelhos, brilhantes. Andros percebe uma mudança naquele corpo belíssimo.
- Seu corpo mudou...continua jovem, mas está mais maduro. É como se eu pudesse sentir alguns detalhes que antes não podia...
- A minha viagem me fez mudar muito...
- Apesar das mudanças, ainda é o amor que eu encontrei e que tanto desejo!
- Andros, venha comigo! Há um lugar por aqui, próximo a um lago, que você vai gostar.
Saem caminhando, abraçados, apreciando cada detalhe pelo caminho. A brisa fresca, as flores vistosas, o ar úmido, sentem um ao outro, como sempre fora. Aquele trajeto lhes era extremamente agradável, como um cemitério seria, caso estivessem juntos.
- Este é o lugar! - Um lago e uma árvore familiares na margem do lago.
- O lago...a árvore...o cisne - Andros tremula, fala entrecortada e lágrimas.
- Me desculpe! Não sabia que este lugar lhe faria mal.
- Espere! - Andros segura a sua Metade pela mão - Amo este lugar! Ele me traz boas recordações...foi aqui que as sementes caíram...
- Vamos nos sentar aqui, Andros. Vamos descansar, ouvindo as ondinas e todos os outros filhos desta terra!
- Sim, farei isso, mas antes preciso fazer algo.
- O que...
Andros desaparece por entre as árvores, antes que sua metade pudesse dizer algo. Aquele par do olhos azuis-turquesa buscam avidamente alguns detalhes no ambiente e os lábios vermelhos se movimentam freneticamente, como se Andros conversasse consigo.
- Hera, amaranto, louros...
Andros ressurge por entre as árvores e antes que pudesse dizer algo, sua metade anuncia:
- Ainda bem que regressou! Já começava a me preocupar.
- Bem, é que como não há mais a rosa, eu quis....
- Isso era só um símbolo, Andros! Não tem importância que ela não esteja conosco, pois temos um ao outro.
- Tenho ciênica disso, mas é a minha vez de lhe dar algo para que se recorde de mim. - Andros estende as mãos...
- Amor, suas mãos estão esfoladas e sangrando!
- Esqueça o sangue! Ele é só mais uma parte de mim que fica neste presente.
- Uma coroa? Uma coroa de flores e trepadeiras...
- Antes de lhe coroar como alguém de suma importância em minha vida, vou mergulhar esta coroa neste lago, pois lá estão as sementes - A coroa é submersa na água e, ao emergir, está com uma vitalidade notória, as flores mais vivas do que nunca.
- Agradeço tanto, Andros! Agradeço que esteja comigo!
- Não se esqueça de cada elemento desta coroa, meu amor. Eles representam tudo que há entre nós.
- Fala das flores, trepadeiras e louros? Qual o seu significado?
- O eterno amaranto eterniza nosso amor e os louros celebram a minha vitória, por ter você comigo mesmo achando que não mereço. A hera significa o fôlego que me deu e que eu não tinha antes...como se você fosse o ar. Tudo isto para dizer que você é parte de mim e que te amo!
A Metade toma Andros entre os braços. Um abraço envolvente e apaixonado. Os lábios se tocam...uma cena belíssima, como dois anjos puros que se amam verdadeiramente.
*Imagem feita e cedida pelo Bardo. Obrigado, Bardo!*
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Andros <3, A mais perfeita de todas as suas crias.
ResponderExcluirE essa imagem é muito bela.
*.*
Spasibo, Kel ^^ Acho que nem tudo que é espontâneo, é necessariamente ruim
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