segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Asa Noturna


Assim que Sol adormece e a escuridão reina, coisas inimagináveis despertam. Eu sou uma delas, mas não sou uma coisa qualquer, eu sou o mais refinado predador conhecido. Sim, eu sou um Vampiro.

Aparentemente era uma noite normal, onde qualquer Vampiro apenas quer se alimentar devidamente. Eu como de costume, vou para a minha “área de caça”. A área da vez foi um barzinho muito casual no centro da cidade, freqüentado por pessoas que querem apenas beber para se aliviar do seu trabalho ou das mágoas do amor. Quando eu adentrei o estabelecimento observei tudo e todos, sentado em uma mesa no canto direito do bar, até que a avistei.

Era uma moça de estatura média, possuía longos cabelos ruivos. Seus olhos eram verdes, no qual se podia enxergar a mais silenciosa das florestas. Usava uma camisa de algodão branca com um jaleco verde e uma saia que também era verde. Era ela, foi isso o que meus instintos me falaram e era isso que iria ser.

Aproximei-me da moça, que estava a duas mesas à frente da minha, olhando pela janela a calmaria da rua. Quando ela percebeu minha aproximação sorriu;

- A senhorita gostaria de companhia? Percebi que ambos estávamos sozinhos, então porque não nos juntarmos e conversarmos? – falei com um ar de confiança, olhando diretamente nos seus olhos.

- Claro, porque não? Sente-se! – ela me observou e quando eu sentei, ela falou – Eu sou Helena, qual seu nome?

Helena. Esse era o nome da minha presa. Era um nome talvez comum, mas era um nome que combinava com ela, de certo modo.

Então... Qual nome eu falaria? Talvez Basílio ou Frederic, mas senti tanta beleza no nome da moça que sem pensar disse:

- Eu me chamo Krigor. É um nome russo, significa “aquele que vive na taverna”.

- Você é russo? – perguntou Helena com um tom de curiosidade.

- Infelizmente não. É um ótimo país, já estive lá uma vez...

Helena era uma moça muito interessante, cheia de ambições, determinada e parecia ser muito forte mentalmente. Depois de muitos drinks, ela ficou bêbada, mas mesmo assim não perdeu a linha. Quando percebi que ela estava pronta, sorri e sussurrei no seu ouvido em um tom bêbado:

- Então... Que tal irmos para a sua casa para você me mostrar os seus outros... “Projetos?”.

Ela sorriu levemente e então eu paguei a conta e saímos do estabelecimento.

As quadras começaram a se passar rapidamente. Quando estávamos mais ou menos a duas quadras da casa de Helena, eu avistei um beco sem saída e sem pensar duas vezes, empurrei-a para ele, batendo em uma parede a fez gritar de dor, pois alguns ossos trincaram.

Eu estava realmente faminto. Conseguia enxergar o fluxo de sangue na sua artéria carótida, como o coração o bombeava rapidamente naquele momento, então olhei para ela.

Os seus olhos grandes e verdes estavam arregalados e ela começou a se debater, como um rato que é capturado pela mais ágil das corujas. Toda a floresta contida naqueles olhos, agora estava petrificada. Meu instinto falou mais alto e eu, então, expus minhas presas e as cravei diretamente na artéria. Eu sentia o fluxo seu sangue ficando cada vez mais fraco, enquanto eu me deliciava nele. Era um sangue realmente raro, possuía uma essência completamente diferente. Era um sangue puro.

Até hoje eu me lembro da sua resistência, como a resistência de um rato que não esperava ser atacado pela coruja em sua própria toca.




*Texto feito pelo Vee. Obrigado pela contribuição com o Anima, Vee ^__^*

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