sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Percepção


Eu não enxergo com estes olhos mortos.
Não vejo cores e formas como você vê e
Tampouco há imagens na minha retina inútil.

Porém, vejo mais do que seus olhos lhe
Permitem ver, pois seus olhos são
Cegos para coisas tão sutis.

Eu vejo através dos sons, do tato e do olfato.
Escuto cada melodia de cada boca e de cada objeto,
Posso sentir o seu rosto e dizer como é lindo,
Percebo o aroma doce que vem de uma boa alma.

A luz penetra meus olhos, mas não vejo
A superfície do mundo vasto em que vivemos.
Em meio às trevas sobre meu olhar,
Vejo toda a perfeição.
Perfeição, esta, que você não vê pois
A luz que lhe permite enxergar o mundo,
É a mesma que ofusca e o deixa cego
Para as belezas ocultas neste mundo.

Os olhos lhe permitem ver a superfície
Mas meus olhos tão mortos, me fazem
Ver cada vez mais fundo e apreciar
Cada enigma desta Terra.

2 comentários:

  1. Há poemas que simplesmente são lidos e pela combinação de palavras, regras e rimas torna-se admirável no entanto aprecio aqueles que expressão sentimentos profundos, este é perfeito. Vc é um OPTEMO escritor, tenho te acompanhado aqui. Parabéns.

    Peço humildemente, se quiser, que olhe e comente minhas tão torpes poesias também.
    Bjnhus e boa semana

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  2. Obrigado, Dany. Eu não quero me preocupar com nada profissional, digamos, com rimas e etc.
    Acho que somente combinar palavras deixa tudo mais...poético, mais espontâneo.

    Mais uma vez, agradeço os elogios, Dany. Fico feliz que goste do blog, que nunca teve como princípio, postar para um público.

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