terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Por trás dos olhos azuis


Aquele par de olhos era diferente...como se fosse feito da mais bela pedra azul. Brilhavam, carregados de infância, curiosidade, certa inocência - tudo isso lhe saltava ao olhar.

Era de poucas palavras e suas respostas vinham através de um sorriso espontâneo. Quando era elogiado, ficava mais tímido ainda, talvez pelo fato de nunca terem parado para lhe observar nos olhos (suponho eu) e elogiá-los.

Observava o ambiente como se estivesse em outra dimensão. Depois, seguia meus movimentos, que eram simples, mas com certa agilidade. Disse algo para ele, que como sempre, retribuiu com um sorriso carregado de timidez (talvez até com respeito exarcebado).

Conversei bastante com ele -que por alguns instantes me pareceu apreensivo- com a intenção de deixá-lo à vontade. Não ouvi muito de sua voz, mas ele estava atento ao que eu falava. Penso que reclamei muito de algo, pois me sentia cansado e estava muito irritado...

Quando terminei o que deveria, disse a ele que poderia deixar aquele lugar. Ele, para a minha supresa, disse mais que duas palavras:

- Obrigado! Acho que deve ser cansativo ficar aqui, no meio dessa barulhada. Vi que muitos nem agradecem a atenção que vocês tem com a gente. Mas eu te digo muito obrigado! Você faz algo importante, mesmo que muita gente não veja isso. Bom dia pra você!

Aquelas palavras me aliviaram, como se meu cansaço tivesse sumido. Desta vez, eu fiquei mudo e retribui com um sorriso. Inexplicavelmente, ele entendeu o motivo do sorriso e disse:

- De nada! Você sabe que eu tô dizendo a verdade - e deu outro sorriso.

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