As pessoas são como velas.

Velas, assim são as pessoas.
De início frias, fortes e imóveis sentimentalmente. Meros objetos de cores, formatos e traços diferentes. Mas não deixam de ser como velas.
Em sua maioria são feitas por seres que não sabem do seu real significado. Juram saber, mas no fundo só as querem exibir.
Tudo tem seu início em uma caldeira ou cama, junta-se tudo e acende-se o fogo, seja ele do desejo ou da unção.
Coloque em uma forma e o fio dará a ligação. Espere 9 minutos ou 9 meses (alguns são apenas 7), desinforme e assim terá à sua vela (para exibir).
Uma nova vela fria, manipulável para ser moldada de acordo com gostos superficiais.
Uma vela, que logo estará pronta para o seu fim.
Primeiro, ouve-se o riscar de um palito de fosfóro ou o roçar de uma mão em um isqueiro. Uma chama surge e é encostada no topo da vela. O que desencadeia horas (às vezes dias) em chama.
É assim que deve ser.
Já vi tantas velas ardendo nesse fogo, derramando lágrimas e mesmo assim insistiram em manter essa chama acesa.
Essa chama, que as devora, mata. Mas que elas insistem em dizer que valerá a pena.
Depois de um tempo a chama cesa e deixa transparecer o que resta. Toda a vivacidade e sonhos de uma vela foram embora. O que resta é o sentimento de que viveu algo e o resto de um corpo que poderá ser reaproveitado, ou não.
Humanos são tão parecidos com velas...