Em seus cachos
Poderia eu repousar,
Sem a sua pureza profanar,
Poderia eu repousar,
Sem a sua pureza profanar,
Querubim dos cabelos enrolados?
De seu corpo rechonchudo
Poderia eu sorver o
Amor e a adoração,
Amor e a adoração,
Sem que isto se volvesse
Em luxúria e paixão?
Em luxúria e paixão?
Seria possível que meus
Pés grosseiros e vis
Pés grosseiros e vis
Pisassem os céus
Para ter-te para mim,
Primoroso Querubim?
Para ter-te para mim,
Primoroso Querubim?
Seus lábios macios poderiam
Cantar-me uma canção
De amor sem que a minha
Essência sofresse fusão?
Cantar-me uma canção
De amor sem que a minha
Essência sofresse fusão?
Ou cantar-me uma canção
De ninar sem que minha
Vida fosse arrebatada, então?
De ninar sem que minha
Vida fosse arrebatada, então?
Teus olhos tímidos,
Puro Querubim, poderiam
Fitar os meus sem que eu,
Como a diabólica górgona,
Puro Querubim, poderiam
Fitar os meus sem que eu,
Como a diabólica górgona,
O transformasse em uma
Escultura de pedra como
As expostas em um museu?
As expostas em um museu?
É digno e justo,
Cacheado Querubim,
Que Botticelli lhe faça
Mais justiça na
Pintura do que eu
Na torpe poesia?
Pintura do que eu
Na torpe poesia?
O certo, Querubim,
É que eu teceria
Minha teia e nela
Eu lhe prenderia...
É que eu teceria
Minha teia e nela
Eu lhe prenderia...
Quem sabe devoraria...
Mas o certo é, à sua
Imagem, a minha
Idolatria, Inocente Querubim.
Imagem, a minha
Idolatria, Inocente Querubim.
* Imagem https://www.artmajeur.com/en/art-gallery/aleksei-gorbenko/292732/an-angel-a-friend-and-vacuum/8468278*
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