quarta-feira, 16 de agosto de 2017
LIII - Adieu - Ethos de uma Alma Invertida
Com as mãos sujas
Eu olho seu retrato...
A única beleza em
Meu quarto mal-decorado.
Os seus olhos parecem
Reluzir em azul, mesmo
Nesta foto em preto e branco
Que o tempo apaga lentamente.
As cordas que nos ataram
Por tão poucas horas,
São as mesmas que
Decoram meu pescoço.
Essas mãos, tingidas de
Branco viscoso, lhe prestam
A última homenagem...
A este corpo cianótico de
Meios rosados como flor.
Pétalas singelas que eu
Esmaguei, anel precioso
Que eu afoitamente quebrei.
Quebrei também a mim mesmo
E a minha vida que se vai à jato...
Em um jato...
Adieu!
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