Quando estendi minhas
Asas, busquei amparo
No infinito de Nuit e
Na solidez de Geb.
Na vastidão de meu
Céu noturno, vi seus
Olhos cintilando como
Duas frágeis gemas de Ônix.
À eles me afeiçoei e,
De meu infinito, os vigiei,
Estendendo minhas asas
Como abrigo contra o mundo.
Pois senti o cheiro de carniça
Que saía de seus poros e
Novamente olhei em seus
Olhos de ônix. Neles eu
Vi o rosto de Set.
Pousei sobre o seu
Corpo e seus lábios beijei.
Arranquei seus olhos e
Os devorei. Devorei
Igualmente meus olhos.
- Maat pôs a mão
Sobre meu ombro e
A pena na balança -
Ouvi o rufar de seu
Coração pulsante e,
Com garras, num rompante,
Eu o arranquei.
Me alimentei de seu
Vermelho e derramei
Veneno sobre a cavidade
Vazia como o tumulo de Osíris.
Devorei também a sua
Alma, para que ela estivesse
Comigo e sob o meu julgo,
Para que sua vida não continuasse.
Maat tocou-me no
Ombro e tudo tornou-se
Cruel. Voltei, ao Infinito,
Voando ao léu.
* Imagem http://www.deviantart.com/art/La-valse-des-corbeaux-490040807 *
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Mostre sua alma!