Eu vi, ao pé da Árvore,
O Cordeiro e o Bode
Digladiando-se ferozmente.
A Árvore estremeceu e uma
Maçã em minha mão desceu.
O Cordeiro e o Bode
Digladiando-se ferozmente.
A Árvore estremeceu e uma
Maçã em minha mão desceu.
O Cordeiro chorou e o
Bode, velhaco, escarneceu.
"O problema aqui sou eu?"
Bode, velhaco, escarneceu.
"O problema aqui sou eu?"
Mordi a maçã e o céu fendeu.
Vi a espada flamejante de
Serafim queimar o véu
E o mundo esvaneceu.
A realidade sobre mim se abateu.
Serafim queimar o véu
E o mundo esvaneceu.
A realidade sobre mim se abateu.
Fome, guerra, peste, perversão.
Com sofreguidão, interpelei:
Com sofreguidão, interpelei:
- Oh, Cruz, o que aconteceu?
- Amado filho, você me
Desobedeceu e o véu se rompeu.
Estás, miserável, fadado a caminhar
Estás, miserável, fadado a caminhar
Ciente e envergonhado de que
Seu misericordioso pai
Seu misericordioso pai
Foi, por ti, apunhalado.
Conheci a noite do Éden
E nele vi a volúpia do
Festim da carne, donde
Festim da carne, donde
Refestelavam-se anjos e homens.
No seio de Astuta Mulher
Me aninhei e de seus
Me aninhei e de seus
Segredos, amor e ira compartilhei.
Hoje o Éden está perdido,
O Grande Pai ofendido,
O Grande Pai ofendido,
Um ganancioso Inimigo iludido
E a humanidade, nesta
Guerrinha infantil, a esmo,
Guerrinha infantil, a esmo,
Segue o seu tortuoso caminho.
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