sexta-feira, 25 de novembro de 2016

VI. A Morte - Ethos de uma Alma Invertida

Doente desta vida miserável,
Busquei solução na placidez
Da sempre silenciosa Morte.

No entanto, a Foice me rejeitou
E, compadecida que só, regalou-me
Com mais tempo de vida e disse:

“Ainda não é tempo de deitar-se
  No leito imaculado onde repouso.
  Viva por inteiro, sem pudor , nem receio!”

Meu corpo acordou revigorado.
Vi o deus e o diabo ao meu lado...
Num acesso de fúria, disse ao
Deus que fosse para o inferno
E ao diabo que, como felpudo
Cordeiro, era terno.

Aspirei o perfume da Rosa,
O Cravo mastiguei e no
Branco Lírio me deleitei.


Minha amiga Morte
Ainda não veio me buscar
E, quando vier, dela serei um
Desgostoso par pois, após a
Morte, é que aprendi a me amar.


* Imagem retirada de http://brabizarro.blogspot.com.br/ *

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