sábado, 7 de maio de 2011
Insanidade V
Como um Sem-Face, eu observo...eu observo mas nao revelo o que penso.
Uma máscara dura, fria que revela vida somente em meus olhos atentos.
Como uma sombra, sem calor e silenciosa, eu o sigo...as vezes de longe,
As vezes de perto, respirando ofegante em seu pescoço, contendo-me.
Como se fosse a fera, eu o afasto de mim e me afasto de você, fingindo que nada sinto.
Como o melhor dos atores, interpreto um personagem frio como as geleiras eternas.
Desejando ser um anjo, finjo aceitar que Deus quer que as coisas sejam assim. Como uma serpente, almejo oferecer-lhe a maçã e torná-lo meu.
Como o índio Peri, ofereço-lhe devoção e proteção...também o amor.
Como o próprio paradoxo personificado, eu te odeio por me fazer amar.
Como se fosse cego, finjo não ver o seu belo rosto sorrindo para mim.
Como ser fosse puro, finjo não ter maus sentimentos.
Quando você quiser olhar em meus olhos, verá que tudo não passa de artimanhas fracassadas para apagar o que sinto.
Quando resolver segurar minhas mãos, verá que tremulam diante das suas.
Quando sorrir sinceramente para mim, verá que seu sorriso é o meu sorriso.
Quando resolver descansar seu corpo junto ao meu, verá que meu corpo é a sua fortaleza e seu santuário...sua cama e seu conforto.
Quando decidir juntar seus lábios aos meus, testemunhará o rompimento da concha, a queda da máscara e a fragilidade de minhas defesas.
Quando seus lábios se afastarem, os meus se abrirão e dirão: Я люблю тебя
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