terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Eterna Floresta

Mergulhei profundamente naquele
Lago sereno de águas turvas
E nele permaneci imerso.

Sob o tênue espelho d'água
Eu vi o reluziar do céu,
Da Lua e de estrelas aos montes.

Fechei meus olhos mas
Ainda sim eu via a luz,
Eu via o espelho d'água...
Eu via a mim mesmo.

Então cerrei a segunda
Pálpebra e imergi no mais
Absoluto silêncio e na
Mais opaca escuridão.

Senti meu corpo levitar,
Como que flutuando no ar
E nada mais senti.

Vi uma luz preencher-me
Os olhos cerrados e ouvi
Milhares de vozes silenciosas
Cantando sem emitir uma nota.

Meu corpo esva seco,
Leve e descoberto...puro(?)
E o frescor de frondosas
Árvores milenares tocaram
Minha pele, meu rosto.

Neguei-me a abrir os olhos
Pois vira várias formas
Dançando um estranho ballet
Ao som de sua própria música.

Fui impelido a dançar também,
Como se eu vibrasse ao som
Daquela silenciosa música
Que (não) era emanada ali.

Uma forma ígnea pousou
Entre minhas mãos que
Se erguiam, gratas por
Algo desconhecido, inexplicável.

Percorri toda a floresta,
Acompanhado daquela forma
Ígnea, vibrante, minúscula...

Aquela criatura ígnea me
Alimentava, matava minha sede,
Aquecia-me ternamente...

Jamais deixei aquela floresta.
Meu corpo era tão somente uma
Forma alva, cheia de serenidade,
Que emanava uma música própria...
A música da Eterna Floresta.

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