segunda-feira, 3 de março de 2014

Prelúdio

Mirei-te o fundo da alma
E vi, através do azul glacial,
Uma névoa enturvecer-lhe

Mirei-te o rosto suave
E vi uma fina camada de
Mármore endurecê-lo,
Como fosse um querubim esculpido

Voltei-me para a sua voz,
Doce como a de um rouxinol
E ouvi-la estremecer como
Os céus em um prelúdio de tormenta

Mirei a mim mesmo e
Vi que meus olhos não viam.
Mirei a mim mesmo e senti
Que minha alma não mais
Via a sua alma turbulenta.

Mirei novamente no glacial
De seus olhos turvos e
Percebi que amava  não conhecer-te...
Amava-te por não conhecer-te...

* Imagem retirada de http://www.deviantart.com/art/Cruel-Blue-Eyes-49263693*

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