domingo, 25 de novembro de 2012

A Dama Alva de Vestido Negro


A Dama Alva de Vestido Negro
Avistou o holofote do palco
E se dirigiu a ele para uma canção.

Sentada sobre a típica mesa bege 
Que sempre sentou ao se apresentar
Esperou que as cores viessem 
E chegassem aos seus olhos.

Cores que, de olhos fechados, traduziu
Com voz, com música das próprias cordas
Que se alojam no seu corpo.

Os cores se espalhavam com a voz leve
A voz pesada, clara e escura
Que ia se oscilando 
Até encontrar o equilíbrio do som
De um drama. O piano.
Que nasceu do drama para o drama.

Para pintar tons claros e escuros nas cores do caos
Ou então fazer emoção as pálpebras alheias
Fechar alguns olhos limpando mentes com som
Fazer balançar... devagar... como folha seca ao vento
Tirar o pianista do seu lugar de conforto 
Para colocá-lo numa posição de peso e de intensidade.

E assim nasceu A Dama Alva de Vestigo Negro.

O piano nasceu do drama para o drama
E eu nasci para dramatizar suas teclas.


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