sexta-feira, 10 de agosto de 2012

The Storyteller Crow - O Decifrador de Almas


Muito boa noite, meus amigos que se mantém despertos sob a luz da Lua que jaz lá no alto. Não vim para falar de Lenora e tampouco para atormentar-lhes a alma, a mente ou ainda para atacar alguma carcaça jogada ao chão... pelo menos, não agora. Vim para lhes contar a história do Decifrador de Almas. Não, ele não é um tipo de humano extraordinário. É até bem comum. No entanto, tem este tipo de...talento ou habilidade de lidar com pessoas. Nunca pude compreendê-lo, então, vou contar a história e pode ser que ela lhes pareça caótica.

O Decifrador de Almas tinha a habilidade de adentrar e explorar qualquer pessoa que conhecesse, independente de seu caráter. Independente de ser uma boa pessoa ou não. Era como se cada corpo fosse transparente ou como se cada sentimento estivesse escrito e o Decifrador pudesse lê-los.

Talvez fosse um tipo de dom...ou karma...somente os deuses sabem. O próprio Decifrador questionava-se por quê a cada rosto angelical, a cada sorriso doce e a cada ato de timidez, um grito parecia reprimido. Enquanto o observava, notei que até a pessoa mais fechada e os segredos mais bem guardados lhe pareciam claros.

O Decifrador, de certo modo, libertou muitos espíritos, revelou muitas pessoas...fosse essa libertação positiva ou negativa. No entanto, ele nunca, pode decifrar a si próprio...como se a jornada fosse de alter e não de auto conhecimento. Com uma facilidade incrível, ele era capaz de lidar com todas as dores alheias e dar cabo de todas elas. Porém, quando tratava-se de lidar com suas dores ou sentimentos, tudo parecia ser criptografado ou incompreensível. Vez ou outra, pude ouvir seus sussurros ao vento:

"Tão belas flores que estão a desabrochar..."
"Ganimedes, Ganimedes...Ganimedes..."
"Não quero querer. Não quero que me queiras. Não quero querer que (não) me queiras."
"Tão belas flores que desabrocham, tão bonitas cores, tão doce perfume, tão suave pétala...não posso tê-las em minha estufa..."

Em que pensava ou o que quis dizer? Não sei...procure entender por conta própria. Eu sempre pude sentir um tipo de aflição em sua própria alma...era como se ele não se fizesse parte do mundo ou como se quisesse viver outras coisas que não podia. Mas estava lá, sempre lá, ouvindo e decifrando a todos. Mesmo quando estava feliz e sorrindo, havia algo um certo inconformismo e um desejo latente provocando uma agonia leve.

Pousei em sua janela, uma única vez, enquanto ele repousava em um sofá. Ele me viu e eu pude olhar dentro de seus olhos e ver sua alma:

"Por que?"

Se querem entender, tentem decifrá-lo...

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