segunda-feira, 16 de abril de 2012

Vestido de Vento



Ao menor farfalhar das árvores
Você irá sentir a minha presença
E como se cortado por uma espada,
Sua dor será imensa.

Assim, virá o perfume de uma rosa
Entorpecendo seus cinco sentidos
E os espinhos penetrando seu espírito.
O vermelho do seu sangue me manterá vivo.
Vestido de vento eu soprarei em seu ouvido,
Causando em você uma dor que nunca havia sentido.
Vestido de vento eu lhe rasgarei o peito,
Trazendo à tona todos os seus medos e
Com o meu perfume, lhe causar desejos.

Em seu peito aberto e desprotegido
Meus espinhos desferirão o último golpe,
Cravando-lhe uma rosa no coração e sem
Perdão ou misericórdia, pedirá pela morte.
Com tal suavidade, tão própria do vento,
Eu acariciarei seu rosto pálido e paralisado
"Não há morte para você! Somente há dor..."

A cada farfalhar, você ouvirá meu ser se aproximar
A cada perfume, vai me desejar e me amar.
E a cada rosa, sentirá dor.

Quando suas lágrimas forem de sangue,
Vestido de Vento eu vou me aproximar
E a brisa não o acalmará.
Um leve sussurro e você irá sangrar,
Suas lágrimas nunca irão cessar.

Então eu irei, vestido de vento, para longe
Deixando em sua memória, uma dor inquietante
Você há de clamar pela morte.
O eco de sua voz revelará sua solidão
O eco de sua voz ressoará no vazio de sua alma.

Quando as folhas se agitarem
Chegarei Vestido de Vento e você
Derramará lágrimas de sangue,
Com espinhos cravados na alma.
"Eu deixei você ir embora. Eu sinto tanto!"

Vestido de Vento e envolto em perfume
Eu soprarei com leveza e força em sua alma
"Você tentou me matar, mas estarei sempre vivo
 Como uma rosa que se alimenta de sua alma pútrida!"

Você desejará a minha presença, mas Vestido de Vento
Irei embora e você morrerá pela minha ausência...

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