segunda-feira, 11 de julho de 2011

The Storyteller Crow: Moonriver


Muito boa noite, meus amigos que se mantém despertos sob a luz da Lua que jaz lá no alto. Não vim para falar de Lenora e tampouco para atormentar-lhes a alma, a mente ou ainda para atacar alguma carcaça jogada ao chão... pelo menos, não agora. Esta história remonta aos tempos remotos, em que os seres que conhecemos não existiam, nem mesmo as bactérias.

Dois espíritos antigos, o da água e o do ar, estavam sempre próximos um do outro e se amavam. O espírito do ar, sempre protetor, circundava o rio em que habitava o espírito da água e com isso, evitava que qualquer partícula se aproximasse de seu amor. Então surgiu um terceiro espírito, que não era puramente bom, o espírito do fogo, consumindo tudo o que havia pela frente, tornando a terra árida. Pobre espírito do fogo! O que se passava era que este espírito era perdido. Não sabia amar sem consumir. Não sabia demonstrar amor da forma como deve ser feito. O Espírito do fogo começou a consumir a luz que chegava até o chão, fazendo a escuridão cair sobre a Terra devastada.

Com a proximidade deste espírito voraz, a água começou a evaporar, ascendendo aos céus. O Ar, aterrorizado, começou a dar voltas e mais voltas naquele riacho, formando um círculo e aumentando a sua velocidade em uma espiral imensa. Esta espiral protegeu o espírito que amava, fazendo-o subir cada vez mais, tirando-o do alcance do espírito do fogo.

O espírito do ar subia cada vez mais, com medo de perder seu amor, envolvendo-o em seus braços. Grande parte da luz já havia sido consumida pelo fogo e os céus se tornaram trevas. O ar, em uma espiral com a água nos braços, atingiu o frio da galáxia. A água se solidificou, formando cristais belíssimos. O ar voltou à Terra e se deixou consumir pelo fogo, que sem ar, acabou por extinguir-se.
Restaram a terra devastada, parte da luz que não fora devorada e a água congelada no cosmo. Quando a luz do Sol incidiu sobre a esfera de água congelada, ela refletiu sua luz, iluminando a terra com seu brilho frio e melancólico, por ter perdido seu amor. Era como se, com a sua luz, buscasse encontrar seu espírito amado em meio à escuridão.

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