sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Insanidade IV


Nunca algo recebeu um nome tão adequado.
Insanidade! É...insanidade...é isso o que se passa.
É muita loucura para a minha mente...
Até para ela que não é lá muito normal aos olhos alheios

Eu desejo um anjo que não me pertence e que nunca
Me pertencerá. Eu desejo um anjo que ama a outro anjo
E somente um louco seria capaz crer que ama um anjo.
Somente um louco se interporia entre dois anjos.
Oras, são criaturas sagradas!
Elas possuem o direito divino e, como tal, podem
Ter para si, outras criaturas celestes.

"Adieu, mon cher", disse eu, um dia.

"Adieu"? Não seja ridículo! Você não conseguiria
Se recolher ao seu quarto de paredes acolchoadas e
Para de importuná-los! Pobres criaturas celestes...

Vamos, prendam-me em uma camisa de força! Dêem-me
Banhos de água fria! O choque elétrico, talvez?
Sou o único louco com crise de consciência nesse mundo.
Isso é loucura demais, não é?

Tirem-me a visão e amarrem-me para que eu nunca mais
Veja o rosto do anjo e para que eu nunca mais pense
Em tocar seu rosto alegremente angelical. Com os olhos
Vendados, não poderei vê-lo, meu anjo...assim eu o
Deixarei na santa paz de vosso pai celestial.

Devolvam-me ao meu quarto estofado em branco-sanatório,
Somente com papel e caneta. Lá eu levarei as mãos à cabeça,
Em um gesto típico dos loucos e depois escreverei insanidades.
Começarei a rir de mim mesmo e de tudo o que se passa.

Esqueça-me lá e não me olhe nos olhos, para que eu não sinta
Vontade, para que não seja tentado, meu Anjo de Cristal.
Faça isso sem remorso, pois eu não o odiarei! Ao contrário,
Seguirei tendo o mesmo afeto que sempre tive e a mesma admiração
Pelas penas brancas de suas asas perfeitas.

Eu ainda te quero, mas lançando-me em meu mundo, você estará a salvo
E me salvará de mim mesmo.

Não visitarei o céu...

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