quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Paixão Perturbadora

Vagando pela noite, cansado de sofrer por um amor que nunca terá.
Ele procura a morte por becos escuros e ruas vazias, atrás de algum marginal que possa lhe ceifar a vida, para lhe poupar desse sofrimento.
Mas nada acha, apenas mais dor na escuridão, somente a dor de um coração que sangra já que foi apunhalado incessantemente por quem mais apreciava.
Depois de muitas noites, andando e andando a procura de algo que nem mesmo sabia o que seria ele se encontrou com uma doce mulher que lhe encantou na primeira troca de olhares.
Ela estava sentada diante de uma mesa de bar que tinha sido colocada na rua, suas magníficas pernas estavam cruzadas o que fazia seu lindo traje cor de vinho ficar caído sobre seus joelhos, seu corpo perfeito parecia uma escultura.
Mas os que mais me chamou atenção naquela figura solitária foram seus olhos azuis, que demonstravam um olhar tão fixo.
Ela era tão distinta, tão poderosa.
Ninguém poderia imaginar o que existiria por trás de tanta beleza feita a daquela mulher.
Sim, ela o olhava com tamanha percepção assustadora. Quando se dirigia a ele com palavras doces como o mel, ah, e suas bochechas rosadas, seus lábios pintados de roxo, tão lindos quanto à própria dona.
Ela ia seguindo um caminho meio que tortuoso, e ia o levando junto.
Mas mesmo estas estradas sendo aterrorizantes, ele não se importava com o poderia o atingir.
Depositou toda a confiança nela, que o guiava por aquele caminho estreito.
Era um cenário bem pobre, tudo obscurecido. Enquanto ele procurava por luz, pelo Sol, que já não mais existia, pois todas as partes que ela o levava, ia cortando o calor.
Aquilo já estava o sufocando, como as raízes de uma planta espinhosa fazem com seus feridos.
Ele estava lembrando que isto poderia ser o fim da sua existência, mas ele também tinha esperanças de que aquela mulher pudesse o salvar.
De repente, caiu sobre seus olhos uma escuridão maior que as chamas do inferno.
Logo aquela mulher que ele considerava doce, o tomou distraído, aproximando-se do pescoço dele, o dando uma mordida, e bebeu todo o sangue daquele homem que andava tão amargurado, e já esperando por aquele fim.
E foram cortados todos os males por aquela vampira de mente intoxicada por desgostos. Então, tendo se esgotado a vida daquele rapaz, se esgotou junto todo o tempo que o restava.
E um temporal tenebroso devastou aquele corpo, levando consigo todas as impurezas e malícias que haviam habitado naquele homem, o selando de vez para a morte.

* Texto feito pelo meu amigo Luis, juntamente à mim. *

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