sábado, 20 de fevereiro de 2010

Eu vi uma criança morrer...




Eu vi uma criança morrer... Sim, eu vi! E não pude fazer nada.
Vi seus olhos se fechando, seus lábios ainda rezando, ir pro céu; uma vida passada.

Eu não vi uma simples criança morrer, vi parte da minha vida.
Uma aluna, uma amiga, uma mulher, talvez, não crescida.

Eu não vi apenas uma criança morrer, vi o Ar a escapar do seu pulmão.
Vi seus lábios a entoar, sua última oração.

Eu não vi uma alma fugir de seu corpo, mas vi o calor a se perder.
Vi que não poderia mais sem ela, continuar a viver.

Não queria tocar nesse assunto, mas depois dela não há ninguém!
Que prefira o beijo de uma pessoa do que mais uma dessas notas de cem.

Agora ela já não corre, não briga, nem me abraça, não me chama mais de tia, nem faz mais pirraça.
Uma criança, milhares de sonhos, brilhos nos olhos de quem dizia: "Tia, posso ser negra mas vou ser feliz, com amor e muita raça"

Sua alma, a mais pura, é guiada para o além.
Ou como a mesma dizia: "Pra um lugar, tia, de homens de bem"

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