sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Nêmesis


- Andros, você é como esta rosa, pois é ingualável a sua beleza. É bem verdade que poderia passar uma eternidade somente admirando seu rosto, seus olhos e seu corpo. No entanto, sinto que alguém me chama e que minha alma deixará este corpo.

- Mas...como fico? Eu não sei se...

- Não precisa dizer nada! Sei o que sente, pois somos como um só. Já lhe disse que poderia passar a eternidade com você, mas creio que o que está para acontecer é inevitável.

[Pelo rosto de Andros, correm lágrimas prateadas, sua face empalidece e seus olhos brilham...um brilho fraco de tristeza]

- Mesmo quando está triste, sua beleza é única!

[A metade sorri, como quem tenta confortar outrem]

- Eu posso continuar sem você? Como farei isso?

- Meu corpo não estará presente, mas tudo o que sinto por você está nesta rosa que carrega entre suas suaves mãos.

- Uma rosa não vai me abraçar, não vai me beijar e não poderá me fornecer calor. [As lágrimas ainda caem]

- Mas ela sou eu. Quando quiser me ouvir, nesta rosa, minha voz ressoará. Quando quiser meu calor, esta rosa o irradiará. Quando quiser o meu abraço, minha alma viajará e, através desta rosa, receberá o abraço. Já lhe disse isso outrora...

- Não quero que você vá embora!

- Também não quero isso, mas não posso evitar. Há algo maior do que eu nisso tudo.

- Então...

- Andros, um dia eu volto, porque nada pode nos distanciar para sempre. Vamos...o último abraço...o último beijo.

[Os olhos marejados, as faces pálidas -tristeza- e as bocas rubras se tocam, em um último ato, como se fosse uma despedida definitiva]

- Até breve, Andros!

[As lágrimas de Andros não cessam...este é o fim de uma estação.]

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Mostre sua alma!