segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Um adeus suicída


Escrevo essa carta
Marcada com minha vida
Da adolescência virada
À infância perdida

Fui culpada por mortes
De pessoas inocentes
Vi sangue manchar minhas mãos
Vi meu fim tão decadente

Senti minha razão acabando
Minha alma morrendo
Meu coração putrificando
Meu corpo padecendo

Perder a confiança dos pais
Do irmão e do amante
Ser tachada como uma puta
Como um eterno mal constante

Ter que ver tudo se diluir
Como água num copo de vinho
Ter que agora decidir
E com a morte seguir meu caminho

A corda está amarrada
Tudo já está arrumado
Desejo partir agora
Deixar pra trás um passado

Mãe, pai, irmão e amante
Me perdoem agora, por favor
Por ser tão abominante
Estou partindo agora, sem pudor

A corda me envolve o pescoço
Um passo e tudo termina
Sem dor, sem remorso
Seria essa a minha sina?

Não paro pra pensar
Me joguei pra Dona Morte
Agora que ela tenha piedade
E que faça de mim sua consorte


3 comentários:

  1. Gostei bastante deste texto, carregado com um tanto de pessimismo, mas também de sentimentos... Legal

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  2. Fascinante.
    e no minimo tragico.
    Pernas,

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